
SER FEIO
A feiura é uma virtude para poucos
Ninguém é feio porque quer
É estado de graça
Momentos e nacos de felicidade imperfeita
Para ser feio
Não é só rasgar as roupas do dia
cuspir e arrotar
É preciso mover sua própria conveniência
Pra tudo aquilo que não está no atual
Fazer valer seu espirito nobre
De vestir tudo ao contrário
E perceber que és uma exclusão ambulante
E ver que isso não é defeito
É uma dádiva, um desbunde, um sexo
Uma trepa bem dada
Saia com a roupa mais rasgada
E mais horrível
E veja que a feldade é algo tão comum e singelo
Como dar pipoca aos pombos da praça
Mostre para a patricinha e para o Maurição
Que vo0cê é tão linda(o) que ofusca os olhos
E faz com que afaste os olhares
Olha, a garota de Ipanema é feia!
Ela não tem nada que os olhos não afaste
A feiura é um perigo, uma transgressão, uma subversão
É tortura
A feiura não está na liquidação
Mas no esquecido do brechó
No deposito, sempre a espera da compra
Da sua expectativa inseparável
A feiura é o elmo dos heróis feios
E dela que se faz a sua piedade
E a sua comoção
Ah, feiura
Me acompanhe até a morte
A terra, as minhocas ficarão satisfeitas
A feiura é uma virtude para poucos
Ninguém é feio porque quer
É estado de graça
Momentos e nacos de felicidade imperfeita
Para ser feio
Não é só rasgar as roupas do dia
cuspir e arrotar
É preciso mover sua própria conveniência
Pra tudo aquilo que não está no atual
Fazer valer seu espirito nobre
De vestir tudo ao contrário
E perceber que és uma exclusão ambulante
E ver que isso não é defeito
É uma dádiva, um desbunde, um sexo
Uma trepa bem dada
Saia com a roupa mais rasgada
E mais horrível
E veja que a feldade é algo tão comum e singelo
Como dar pipoca aos pombos da praça
Mostre para a patricinha e para o Maurição
Que vo0cê é tão linda(o) que ofusca os olhos
E faz com que afaste os olhares
Olha, a garota de Ipanema é feia!
Ela não tem nada que os olhos não afaste
A feiura é um perigo, uma transgressão, uma subversão
É tortura
A feiura não está na liquidação
Mas no esquecido do brechó
No deposito, sempre a espera da compra
Da sua expectativa inseparável
A feiura é o elmo dos heróis feios
E dela que se faz a sua piedade
E a sua comoção
Ah, feiura
Me acompanhe até a morte
A terra, as minhocas ficarão satisfeitas
CAIKO FIGUEIREDO
Rio de Janeiro, 23 de Abril de 2008
Rio de Janeiro, 23 de Abril de 2008
1 comentários:
Prezado blogueiro, isto não é "feldade", mas fealdade. Fealdade está associada ao feio; feldade, ao fel. Aliás, "feldade" não existe oficialmente na língua portuguesa.
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