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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Me segura que eu vou ter um troço (de fome, é claro)





Desculpe meu caro Waly Sailormoon por ter me apropriado de tal frase! Sabe como é que é, né? É estreia, sou novato no mundo dos blogs. Na verdade, eu tinha um até que se chamava "Labiríntica verborragia", mas isso não dá nem pra soletrar e ai eu ficava escrevendo poesias sem mais nem porquê, titulando-se poeta a toda prova! Que nada, sou anteprojeto, vivo da minha intensa isomorfia e da minha inquieta mutação. Mas, vamos parar de falar de mim e vamos para o batismo. Como todos sabem, o rito é a representação do mito, aliás estou distante de qualquer mitologia, próximo somente dos estudos latinos, é claro. Assim, o rito que se dará neste momento é a minha incumbência de relatar o que pretendo com este blog, mas juro que são pretensões valiosas, garanto: 1ª pretensão valiosa: mostrar um bocadinho do meu universo, que, diga-se de passagem, é um infinito particular do tamanho XGG. 2ª pretensão valiosa: mostrar não o que eu faço no dia a dia, mas tentar mostrar o que SINTO no dia a dia (é meio complicado, né?), 3ª pretensão valiosa: entender o que eu escrevo - algo que vocês vão ver, é complicado e simples ao mesmo tempo, mas sabe aquelas coisas que por serem simples demais são complicadas demais? Então é isso ai - 4ª pretensão valiosa: mostrar o que eu escrevo, que, naturalmente, não se revela aqui um autentico José Saramago ou quiçá um Antônio Lobo Antunes, mas é uma coisinha boa, dá para ler! Enfim, diante de tantas pretensões, só me resta explicar o que é esse título estranho que encabeça este futuro blog. Bom, tem uma historinha, permite? Sim! Começou em 2009 no debate dos candidatos à eleição da Faculdade de Letras da UFRJ. A disputa era entre os componentes da Chapa 1, representados pelo candidato da situação, o então meu professor de Literatura Brasileira II, o escritor Dau Bastos e entre a então candidata da oposição, a minha professora-orientadora do projeto de extensão GRIPE (Grupo interdisciplinar de Projetos Educacionais) a professora de Literatura Comparada e Fundamentos da Cultura Literária Brasileira, Eleonora Ziller. No primeiro debate ocorrido em Novembro, um dos ouvintes do debate se levanta e pergunta para a Chapa 1: "Como será o manutenção do Bandejão dos Estudantes, já que conquistamos com muita luta e combatemos o número alto de desmaios que acontecia dentro da faculdade?". Essa pergunta se mostrava um tanto complexa no tamanho de sua dramaticidade. O professor que representa a Chapa 1, o então candidato, o escritor Dau Bastos afirmava que em tais circunstâncias era necessário manter essa assistência estudantil já que até na Sorbonne, onde fizera a sua Pós-Graduação, tinha a tão preciosa ajuda. Assim, ele passou a comer no bandejão quando se tornou candidato e, no entanto, durante a continuidade da fala, ele prossegue dizendo que em nada se difere a comida de um restaurante com a de um bandejão, ele comeu no bandejão da Sorbonne e mesmo assim ele não sentiu atingido pela insatisfação e pela pressão baixa na conjuntura da fome. Diante disso, eu ri e vi que o bandejão - assim como qualquer assistência necessária e humana - tornou-se uma placa comemorativa da politicagem dos outros, Não é mais uma urgência e sim uma alegoria de carnaval de campanha de chavões políticos e de paternalismos, por isso, morro de fome na Sorbonne, porque eu não como feijão com gosto de voto ou arroz com simpatia e aperto de mão. Eu quero comer, mas eu quero ter a certeza de que não é só isso que precisamos e não será assim a nossa mordaça. Bom, ufa! Desabafei! Acabei com todas as minha urticárias! Bom, encerra-se, neste momento, o pronunciamento do ser nada-excelentíssimo senhor dono do blog Caiko Figueiredo! Digo mais... não, o meu pronunciamento de estreia não passará no JN de amanhã, Boa Noite.


PLANTÃO JN: Eu ia me esquecendo! Desculpe, Waly! A sua homenagem cabe aqui sim! Você será o meu patrono! Sim! Aqui vai:

AMANTE DA ALGAZARRA

(Waly Salomão)

Não sou eu quem dá coices ferradurados no ar.

É esta estranha criatura que fez de mim seu encosto.

É ela!!

Todo mundo sabe, sou um lisa flor de pessoa,

Sem espinho de roseira nem áspera lixa de folha de figueira.



Esta amante da balbúrdia cavalga encostada ao meu sóbrio ombro.

Vixe!!

Enquanto caminha a pé, pedestre – peregrino atônito até a morte.

Sem motivo nenhum de pranto ou angústia rouca ou desalento:

Não sou eu quem dá coices ferradurados no ar.

É esta estranha criatura que fez de mim seu encosto

E se apossou do estojo de minha figura e dela expeliu o estofo.



Quem corre desabrida

Sem ceder a concha do ouvido

A ninguém que dela discorde

É esta

Selvagem sombra acavalada que faz versos como quem morde.



(De Tarifa de Embarque)

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